Senhora dos Afogados estreia neste sábado, 25 de setembro as 21h no Teatro Hermilo Borba Filho, o texto de Nelson Rodrigues ganha encenação de Érico José
Senhora dos Afogados por Érico José
Encenar “Senhora dos Afogados” no Recife, minha terra natal (e de
Nelson Rodrigues) foi uma possibilidade de retornar ao ambiente onde
comecei a fazer teatro, após dez anos de distância. Foi o momento
ideal, pois com esta realização comemoro meus 20 anos de carreira,
iniciada no SESC-Santo Amaro, no dia 10 de março de 1990.
De lá para cá, muitas águas rolaram e muita coisa mudou em se tratando
de teatro. Mas a força poética de Nelson Rodrigues e o estupor causado
pela sua forma de abordar certos temas parece continuar a mesma.
“Senhora dos Afogados” é um de seus textos mais poéticos, contundentes
e difíceis em termos de encenação teatral. Para os atores também, pois
é preciso trabalhar em cima de sutilezas, de nuances, de verdade
interior.
O convite da Cênicas Cia. de Repertório foi para um projeto maior que
uma montagem. A proposta era que a criação e o processo de um
espetáculo servisse como um processo de formação de atores. Através de
técnicas específicas de atuação focadas nas ações físicas, encaminhei
os atores a um tipo de interpretação que fundamentaria a criação e
relação das personagens rodriguianas.
O texto de Nelson Rodrigues sugere uma composição, tanto em termos
cênicos como interpretativos, que oscila entre uma mobilidade pulsante
de personagens e imagens, como em movimentos muitos precisos e
concatenados.
Nelson também deixa evidente esta análise crítica das diferenças
sociais existentes não só no Brasil, mas em todas as partes do mundo,
como atuantes diretas de um conflito nodal da existência humana. Não é
a toa que o autor se utiliza das máscaras em seus coros, recurso
metateatral e ao mesmo tempo revelador de sutilezas entre claro e
escuro, entre simulacro e revelação, símbolo máximo das relações
sociais e psíquicas que compõem o ser coletivizado.
Érico José
Encenar “Senhora dos Afogados” no Recife, minha terra natal (e de
Nelson Rodrigues) foi uma possibilidade de retornar ao ambiente onde
comecei a fazer teatro, após dez anos de distância. Foi o momento
ideal, pois com esta realização comemoro meus 20 anos de carreira,
iniciada no SESC-Santo Amaro, no dia 10 de março de 1990.
De lá para cá, muitas águas rolaram e muita coisa mudou em se tratando
de teatro. Mas a força poética de Nelson Rodrigues e o estupor causado
pela sua forma de abordar certos temas parece continuar a mesma.
“Senhora dos Afogados” é um de seus textos mais poéticos, contundentes
e difíceis em termos de encenação teatral. Para os atores também, pois
é preciso trabalhar em cima de sutilezas, de nuances, de verdade
interior.
O convite da Cênicas Cia. de Repertório foi para um projeto maior que
uma montagem. A proposta era que a criação e o processo de um
espetáculo servisse como um processo de formação de atores. Através de
técnicas específicas de atuação focadas nas ações físicas, encaminhei
os atores a um tipo de interpretação que fundamentaria a criação e
relação das personagens rodriguianas.
O texto de Nelson Rodrigues sugere uma composição, tanto em termos
cênicos como interpretativos, que oscila entre uma mobilidade pulsante
de personagens e imagens, como em movimentos muitos precisos e
concatenados.
Nelson também deixa evidente esta análise crítica das diferenças
sociais existentes não só no Brasil, mas em todas as partes do mundo,
como atuantes diretas de um conflito nodal da existência humana. Não é
a toa que o autor se utiliza das máscaras em seus coros, recurso
metateatral e ao mesmo tempo revelador de sutilezas entre claro e
escuro, entre simulacro e revelação, símbolo máximo das relações
sociais e psíquicas que compõem o ser coletivizado.
Érico José
Encenador
Nenhum comentário:
Postar um comentário